sábado, 11 de maio de 2013

LME - Lesões Musculoesqueléticas

A noção de que certas profissões podem induzir doença não é recente. Efetivamente, já há mais de 300 anos, em 1700, Bernardino Ramazzini, que poderemos considerar o pai da Medicina Ocupacional, considerava que o trabalho em condições climáticas adversas e em ambientes mal ventilados podiam originar doença e aconselhava períodos de repouso, exercício e posturas corretas, o que continua a ser flagrantemente atual.
Um dos casos mais frequentes de doenças profissionais são as lesões músculo-esqueléticas (LME), que consistem em lesões nas estruturas orgânicas como os músculos, as articulações, os tendões, os ligamentos, os nervos, os ossos e doenças localizadas do aparelho circulatório, causadas ou agravadas principalmente pela atividade profissional e pelos efeitos das condições imediatas em que essa atividade tem lugar. A maioria das LME são lesões cumulativas consequentes da exposição repetida a esforços mais ou menos intensos ao longo de um período de tempo prolongado. No entanto, podem também ter a forma de traumatismos agudos, tais como fraturas causadas por acidentes.
No geral, estas lesões afetam principalmente a região dorso-lombar, a zona cervical, os ombros e os membros superiores, mas podem afetar também os membros inferiores. Algumas LME, tais como a síndrome do canal cárpico, que afeta o pulso, são lesões específicas que se caracterizam por sinais e sintomas bem definidos. Outras manifestam-se unicamente por dor ou desconforto, sem que existam sinais de uma lesão clara e específica.
As LME caracterizam-se por sintomas como:
·         Dor, a maior parte das vezes localizada, mas que pode irradiar para áreas corporais;
·         Sensação de dormência ou de “formigueiros” na área afetada ou em área próxima;
·         Sensação de peso;
·         Fadiga ou desconforto localizado;
·         Sensação de perda ou mesmo perda de força.
Na grande maioria dos casos, os sintomas surgem gradualmente, agravam-se no final do dia de trabalho ou durante os picos de produção e aliviam com as pausas ou o repouso e nas férias.
 Vários grupos de fatores podem contribuir para a manifestação das LME, sendo que estes podem exercer uma ação separadamente ou combinados, sendo que podem ser dos seguintes grupos:

 Assim sendo, as LME não só causam sofrimento e perdas de rendimento a nível pessoal, como também têm custos para as empresas e as economias nacionais. Qualquer trabalhador pode vir a sofrer de lesões músculo-esqueléticas, e para fazer face a este problema é necessário adotar uma abordagem de gestão integrada. Esta abordagem não deve ser centrada apenas na prevenção de novas lesões músculo-esqueléticas, mas também na manutenção em atividade, reabilitação e reintegração dos trabalhadores que já sofrem de lesões músculo-esqueléticas.

Fontes:
Revista Saúde e Trabalho#08 - "Capacitar os trabalhadores para a prevençãodas LMELT";Sociedade Portuguesa de Medicina do Trabalho; 2012; disponível em http://www.spmtrabalho.com/index.php?option=com_content&view=article&id=124&Itemid=210
Programa Naciona Contra as Doenças Reumáticas -"Lesões Musculoesqueléticas Relacionadas com o Trabalho-Guia de Orientação para a Prevenção"; Direção Geral de Saúde; 2008; disponível em  http://www.portaldasaude.pt/NR/rdonlyres/A0E84C50-754C-4F85-9DA5-97084428954E/0/lesoesmusculoesqueleticas.pdf
Revista Facts nº 77 -"Introdução às lesões músculo-esqueléticas"; Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho; 2007;disponível em https://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/71

Sem comentários:

Enviar um comentário